
sábado, maio 21, 2005
O amigo Ruvasa explica...
Vítor Constâncio, caudilho do Banco de Portugal, previa, aqui há cerca de três meses, com o anterior governo, um determinado deficit orçamental, que não ultrapassaria os 5,2%, para o final do corrente ano. Isto não entrando em linha de conta com as receitas extraordinárias.
Vítor Constâncio, caudilho do Banco de Portugal, prevê agora, com este governo, que o mesmo déficit, nas mesmas condições, venha a situar-se num patamar entre 7 e 7,5%.
De um modo geral, reconhece-se que Vítor Constâncio, embora socialista, não é dos comuns, que dizem hoje uma coisa e amanhã outra diametralmente oposta, com a mesma cara, ao sabor das conveniências de momento. Essa convicção, mais ou menos generalizada, acerca da sua postura, existe mesmo.
? Porquê, então, esta diferença? ? surpreender-se-á o leitor.
? É simples!... ? responder-lhe-ei, acrescentando depois ? A primeira previsão fê-la Constâncio a partir do orçamento de Estado elaborado pelo anterior governo; a segunda, a partir do orçamento corrigido da autoria do actual.
? Ok, tudo bem! ? retorquir-me-á, mas logo achará muito estranho? ? ainda assim, como se compreende tão grande diferença? De 5,2% para 7,5% vão 2,3% de aumento, o que é uma enormidade!...
? É certo! ? responder-lhe-ei, cheio de paciência para com as suas tremendas dúvidas.
? Então, como se explica?!... ? voltará à carga.
? É fácil. Ora preste lá atenção, por favor: explica-se com as scuts gratuitas (ou agora só algumas ou para a semana, afinal, nenhumas?), o bacalhau a pataco para os idosos, designadamente os de mais de 80 anos, as taxas "imoderadoras", o regresso dos hospitais à situação que está mais do que provado que não serve os interesses da população em geral e apenas se traduz em mais despesa, com determinados projectos já estudados e aprovados por determinados preços, agora anulados e voltando à estaca zero, para se refazer tudo, com o novo aeroporto a já não se ir situar na Ota, mas, afinal, a ir-se lá fazer outra vez... (tudo em menos de uma sermana), isto apesar de os impostos irem subir, depois de subir não irem, etc e tal, como diria Agostinho da Silva.
? Pois, claro! Já estou a ver. Já todos estamos a ver, sim! ? reconhecerá o leitor ? É mais do mesmo e com os mesmos. Os que deixaram isto como se viu, em 2001, quando fugiram e toda esta saga começou.
No fim, vem o normalmente missed in action primeiro-ministro, em raid de blitzkrieg, dizer, com ar extremamente compungido, quase de lágrima no canto do olhinho ? Guterres que se cuide, porque tem aqui concorrente à altura? ? que não sabia de nada do que se passava, mas que está preparado para tudo!... Ora toma!... Não se saber de nada mas estar-se preparado para tudo é obra!... Como é que dizia a "ti" Miquelina, do antigo mercado da Ribeira? Sim, sim... Já me recordo:? Ah, "faneca"! - e logo piscava o olhito malandreco!
Oxalá esteja! Ao menos que alguém esteja e que seja o Primeiro. Porque os portugueses, esses não estão. De certeza!
Não há mais que ver... Socialices!...
Ruvasa
6 Comments:
...andava a visitar os vossos mundos...e a pensar no meu post de hoje...mas fica para logo mais que ainda vou almoçar e tenho que sair.
Até logo Bjocas
Sulista
Enfim, a verdade é que ele existe e quem se lixa é o mexilhão. Não sei se valerá muito a pena atirar a culpa às socialices ou às social-democratices... :)
Beijos
Eu julgo que o Ruvasa fez "touché".
O guterrismo e o seu despesismo público começou por ser uma das fontes principais deste défice.
E as novidades de Sócrates, por muito elevadas e nobres que sejam, é só para gastar mais dinheiro que não existe.
Logo, isto não tem conserto.