A título de curiosidade leia este texto sobre a possibilidade de "sobreviver" como imigrante ilegal na Austrália. Como a população australiana é relativamente pequena (20 milhões) e o sigilo bancário não existe, é extremamente fácil para as autoridade localizarem os imigrantes ilegais. Para além disso os empregadores receiam contratar ilegais, pois podem sofrer pesadas sanções. E nós por cá?
Kitty Genovese
Ocasionalmente leio comentários em alguns blogs sobre os vídeos dos assaltos nos comboios que tivemos oportunidade de ver nalguns canais de televisão. A não actuação dos passageiros parece ter surpreendido muitas pessoas. Este fenómeno já foi explicado pela Psicologia Social. Falemos de Kitty Genovese.
foi brutalmente assassinada na noite de 13 de Março de 1964 em Nova Iorque. Sofreu violentos ataques do seu assassino durante meia hora, perante 38 testemunhas (sim, 38). Só no fim, quando Kitty já estaria morta, uma testemunha decidiu telefonar à polícia. Este crime chocou a opinião pública. Investigadores chamaram a este fenómeno, o efeito do espectador: a probabilidade de uma pessoa interferir numa situação de emergência diminui à medida que aumenta o número de espectadores. Ocorre a chamada difusão de responsabilidade (outra pessoa irá ajudar) . O indivíduo acaba também por pensar que na multidão deverá existir alguém mais qualificado que ele para prestar a ajuda necessária (alguém deve ser doutor, ou polícia). Outro factor prende-se com a inacção por parte de todos os espectadores, o que ajuda a que o efeito se perpetue - se ninguém se mostra interessado em ajudar é porque se calhar a ajuda não é necessária ou a situação não é tão urgente.
Um aviso: uma forma de contrariar o efeito de espectador é pedir ajuda directamente a uma pessoa.
Política do filho único
Recentemente Pan Guiyu, directora da Comissão chinesa do Planeamento Familiar defendeu a controversa "política do filho único". Afirmou que graças a essa política, a China evitou 300 milhões de nascimentos, nos últimos 30 anos (o equivalente à população europeia). Para quem não sabe, a política do filho único iniciou-se nos anos 70, e cada casal só pode ter um filho (esta lei não se aplica a todos os chineses: os que vivem em áreas rurais, podem ter dois filhos (caso o primeiro seja uma menina), e em pequenas comunidades, não há qualquer tipo de restrição). A controvérsia com organizações humanitárias surgiu quando os abortos se tornaram compulsórios e selectivos. Socialmente e culturalmente o filho homem é mais valorizado por isso há uma tendência generalizada de abortar fetos do sexo feminino, e ainda pior, matar meninas à nascença, ou abandoná-las em orfanatos e até lixeiras. Tendo em conta que neste momento nascem 119 homens para 100 mulheres, a China acabou por proibir o aborto selectivo. Mas as ecografias que permitem identificar o sexo e os subornos ao pessoal hospitalar fazem com que os abortos selectivos continuem. Há outra consequência desta política que é pouco focada. A pressão que os pais exercem sobre a criança é imensa, o que acaba por causar danos psicológicos.
Não nego a importância desta política. Caso não tivesse sido implementada, hoje a China teria milhões de pessoas a morrerem à fome. Mas o aborto selectivo/compulsivo, os infanticídios e a forma como em pleno séc XXI o estatuto e o papel da mulher são desprezados, causam-me repulsa.
Escrito por Elise às 6:55 da tarde
5 Comments:
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Uma das causas para o crescimento enorme do défice da saúde em Portugal deve-se à imigração que eu vou chamar ilegal. O ferece-se à partida condições iguais às do cidadão nacional sem haver condições económicas para tal. Seja quem for, na minha opinião deverá trazer um seguro de saúde obrigatório, para fazer face às despesas com saúde. Depois deve ser comprovada a situação, se veio como turista, etc... na Austrália o sigilo bancário já não existe há muito tempo e ninguém escapa ao fisco e ás vigarices deste género. Em Dezembro´, ou melhor depois das eleiçõed Outubro vão fazer recordar que são necessários mais sacrifícios, é claro que não vamos ter para onde fugir...
caro toupeira, julgo que em Inglaterra os imigrantes que entram no país têm de fazer exames médicos para despistar possíveis doenças. Parece que muitos imigravam para a inglaterra, unicamente para se tratarem nos hospitais.
This also brings up the point that in India and related countries (ie Pakistan etc)a woman can get an ultra sound at the local corner store to verify that the child she is carrying is indeed a male and not a female that would only bring a financial burden to the family. Thus, like in China (where the family member will usually put a grain of rice in the female newborn's mouth so that it will choke to death)the male population is extremely high compared to the female and in the next generation the problem that will occurr is that there will be a low number of marriageable women for these men. Another delimma for all.