quinta-feira, agosto 04, 2005
Boa noite!*
Escrito por Elise às 9:07 da tarde
6 Comments:
Helloooo socorro.. sinto-me tal e qual ele... tive um ataque de sinusite daqueles.. até dói a alma o cenário do nosso país.. Bom dia
adormeceu outra vez com o garfield, cada vez fico mais preocupado com o nesso
Pombal ardeu. Completamente. Tenho família lá.
Cetus, f u.
Cetus, f u.
Bom dia Elise, espero que estejas recuperada.
Bom dia Bastonadas, e bom dia Francis. Sim já estou um cadinho* melhor...
*voz de mimo
*voz de mimo
*carneiro, enternecido, aceita o carinho especial que tem uma razão que a gentileza não revelou em publico. Ontem celebrou o aniversário.*
Deste modo:
Consegui chegar a Fátima. Mais de seis horas de esforço. Estive quase a desistir a seguir a Minde. As rampas eram terríveis. No Covão do Coelho, parei, sentei-me no chão numa exígua sombra, tirei o capacete, descalcei os sapatos e estive quase a desistir.
Estavam 44 graus de temperatura á sombra, a água dos bidons estava quente. Já tinha passado pelo incêndio da Moita da Venda (ou Venda da Moita ? agora fiquei na dúvida). Ainda tinha nos ouvidos o ta-ta-ta-ta do rotor do helibombardeiro. Vem imediatamente á memória o apocalipse now.
Mas afinal só faltava um quilómetro para acabar a terrível subida. É quase sempre assim: só quando estamos mesmo a desistir é que percebemos que já falta pouco. E depois foram 10 Km quase todos a descer. Com o apelo da meta passei por Boleiros a mais de 50 à hora.
Os meus filhos no carro com a mãe, fizeram o primeiro filme do pai com a Canon nova. Só se tinham juntado a mim em Pernes aos 100 Km. Eu saíra às 06:45 H de Lisboa, mas eles só sairam ás 10:30 H.
Até Alcanena - 112 Km - já conhecia o percurso de bicicleta. Mas os ultimos 25 - 15 dos quais em pura subida de montanha que não envergonha qualquer das subidas pirenaicas - foram uma completa aventura. E o verdadeiro desafio que, por pouco, não conseguia superar.
Neste período de maior esforço, não consegui rezar. Só pensava no calor e na pulsação que não baixava dos 160. Nem quando cheguei a Fátima - cada vez com menos condições para interiorizarmos comportamentos e reflectirmos em Fé na vida.
E depois Fátima estava cercada de incêndios - o que deixara para trás, o terrível no Pombal (ainda não sabia que era no Pombal) e mais dois ao longe para nordeste e leste.
Apetecia, sim, chorar, com a visão do fumo seccionado em colunas brancas, cinzentas e pretas.
O quadrante norte estava todo tapado com fumo e adivinha-se o desespero das pessoas que só confirmei à noite no Telejornal.
Mas antes, indo folgado, ofereci o sacrifício que sabia ser inevitável nos últimos Km, em benefício da melhoria da minha atitude de homem e de Pai. Pedi a Deus pela saúde dos amigos da net -em especial pela Elise -, invoquei o Francis, o Azurara, a Sulista, a malta do Alhosvedros, a Menina, a Sheila, a Eduarda, o Ruvasa e todas aquelas pessoas que sem conhecer pessoalmente acabam por tocar a minha vida de uma forma ou de outra - se eu me esqueci de alguém,não me vou perdoar...
Pedi pela cura das minhas amigas com cancro de mama - a Célia e a Sandra.
Pedi pela prudência e pela honestidade dos nossos políticos, para que o nosso Portugal não acabe.
E pedi pelos meus Filhos, claro está. Para que a Inês mantenha a média de 19 e decida, finalmente, ir para medicina. Pelo Miguel, para que sinta necessidade de se aplicar para fugir aos "3" e tangentes da vida em geral e para que a patinagem lhe continue a trazer método e esforço no trabalho e recompensa nos exitos nos campeonatos. E pelo Vasquinho, o meu querido Vasquinho, para que os 5 aninhos continuem com o habitual mata-borrão para a vida, esplenderosos de inteligência e de curiosidade. E avassalador de carinho e ternura: "Oh pai, eu gosto tanto de ti" - enquanto me traça o pescoço com os bracitos.
Foi assim que celebrei os meu aniversário. Como se vê estou a ficar velho. Comovo-me com as coisas simples da vida e já não tenho vergonha em exibir sentimentos e afectos.
, at
Deste modo:
Consegui chegar a Fátima. Mais de seis horas de esforço. Estive quase a desistir a seguir a Minde. As rampas eram terríveis. No Covão do Coelho, parei, sentei-me no chão numa exígua sombra, tirei o capacete, descalcei os sapatos e estive quase a desistir.
Estavam 44 graus de temperatura á sombra, a água dos bidons estava quente. Já tinha passado pelo incêndio da Moita da Venda (ou Venda da Moita ? agora fiquei na dúvida). Ainda tinha nos ouvidos o ta-ta-ta-ta do rotor do helibombardeiro. Vem imediatamente á memória o apocalipse now.
Mas afinal só faltava um quilómetro para acabar a terrível subida. É quase sempre assim: só quando estamos mesmo a desistir é que percebemos que já falta pouco. E depois foram 10 Km quase todos a descer. Com o apelo da meta passei por Boleiros a mais de 50 à hora.
Os meus filhos no carro com a mãe, fizeram o primeiro filme do pai com a Canon nova. Só se tinham juntado a mim em Pernes aos 100 Km. Eu saíra às 06:45 H de Lisboa, mas eles só sairam ás 10:30 H.
Até Alcanena - 112 Km - já conhecia o percurso de bicicleta. Mas os ultimos 25 - 15 dos quais em pura subida de montanha que não envergonha qualquer das subidas pirenaicas - foram uma completa aventura. E o verdadeiro desafio que, por pouco, não conseguia superar.
Neste período de maior esforço, não consegui rezar. Só pensava no calor e na pulsação que não baixava dos 160. Nem quando cheguei a Fátima - cada vez com menos condições para interiorizarmos comportamentos e reflectirmos em Fé na vida.
E depois Fátima estava cercada de incêndios - o que deixara para trás, o terrível no Pombal (ainda não sabia que era no Pombal) e mais dois ao longe para nordeste e leste.
Apetecia, sim, chorar, com a visão do fumo seccionado em colunas brancas, cinzentas e pretas.
O quadrante norte estava todo tapado com fumo e adivinha-se o desespero das pessoas que só confirmei à noite no Telejornal.
Mas antes, indo folgado, ofereci o sacrifício que sabia ser inevitável nos últimos Km, em benefício da melhoria da minha atitude de homem e de Pai. Pedi a Deus pela saúde dos amigos da net -em especial pela Elise -, invoquei o Francis, o Azurara, a Sulista, a malta do Alhosvedros, a Menina, a Sheila, a Eduarda, o Ruvasa e todas aquelas pessoas que sem conhecer pessoalmente acabam por tocar a minha vida de uma forma ou de outra - se eu me esqueci de alguém,não me vou perdoar...
Pedi pela cura das minhas amigas com cancro de mama - a Célia e a Sandra.
Pedi pela prudência e pela honestidade dos nossos políticos, para que o nosso Portugal não acabe.
E pedi pelos meus Filhos, claro está. Para que a Inês mantenha a média de 19 e decida, finalmente, ir para medicina. Pelo Miguel, para que sinta necessidade de se aplicar para fugir aos "3" e tangentes da vida em geral e para que a patinagem lhe continue a trazer método e esforço no trabalho e recompensa nos exitos nos campeonatos. E pelo Vasquinho, o meu querido Vasquinho, para que os 5 aninhos continuem com o habitual mata-borrão para a vida, esplenderosos de inteligência e de curiosidade. E avassalador de carinho e ternura: "Oh pai, eu gosto tanto de ti" - enquanto me traça o pescoço com os bracitos.
Foi assim que celebrei os meu aniversário. Como se vê estou a ficar velho. Comovo-me com as coisas simples da vida e já não tenho vergonha em exibir sentimentos e afectos.