Maria Clara Gomes, representante da Liga dos Amigos do Hospital de Crianças Maria Pia, alertou a sociedade civil para o papel que pode ter na defesa das crianças, denunciando às autoridades policiais e ao Tribunal de Família as situações de maus tratos de que tenha conhecimento, lembrando também que a passividade constitui um crime, "em especial para os profissionais com área de intervenção pública, como os médicos e outros".
No decorrer da sessão foi analisada igualmente a questão das famílias de acolhimento, que constituem muitas vezes as fontes de agressão. O "estado caótico das leis de adopção", que levam estes jovens a permanecer com estas famílias até muito tarde, sendo depois demasiado tarde para que sejam adoptadas ou institucionalizadas foram outros aspectos em foco. O facto de no concelho da Maia, que tem 17 freguesias, existirem apenas três técnicos para fazerem as vistorias a estas famílias, o que leva a que estas não se realizem, foi outra das revelações desta sessão dedicada à violência doméstica.
Mudança de mentalidade Albano Ribeiro, representante da Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, definiu a violência doméstica como uma "questão vivencial e cultural", alertando para o despertar das consciências em relação a esta matéria. O reconhecimento tardio dos direitos das mulheres e a discriminação de que em muitas situações continuam a ser vítimas foram também referidas. As diversas formas de violência exercidas sobre os idosos, não só as que provocam dor física, mas em especial as agressões psicológicas, como as humilhações, os insultos, a exploração material, a negligência, através da falta de cuidados básicos, mereceram também destaque durante as intervenções de Cristina Couto, da Santa Casa da Misericórdia da Maia. As barreiras arquitectónicas, os automobilistas que não param para os mais velhos passarem ou os semáforos que não lhes dão tempo para atravessar foram outras fontes de problemas denunciadas por esta técnica, que não esqueceu o facto de os mais velhos
O número de casos de crianças e jovens em perigo no concelho da Maia é bastante elevado. Mas só se percebe que é elevado se compararmos, por exemplo, com os números do vizinho concelho do Porto. As três comissões de protecção portuenses contam com 720 casos activos. Na Maia, o total de processos movimentados situa-se em 647, sendo 499 os casos activos. Trata-se de um valor elevado para uma só comissão de protecção, tanto que o concelho da Maia terá uma população superior a 120 mil habitantes, enquanto a população do concelho do Porto andará pelos 260 mil habitantes, segundo dados do Census 2001.
Isto é deveras dramático.. ainda deu na TVI uma reportagem "silêncio dos inocentes" fiquei doente, credo, as coisas que se fazem neste país, ou melhor que não se fazem, a inércia dos serviços sociais é de bradar aos céus.. enfim... resta-nos a esperança de que.... Bjhs
maresia, não podemos confiar na burocracia do estado. pais, professores, deveriam unir esforços, estabelecer parcerias com centros de saúde, juntas de freguesia, PSP, GNR... fazer um esforço colectivo para que as comunidades estejam atentas aos sinais de abuso de crianças, idosos, mulheres, homens (também há vítimas masculinas) e ajudem a denunciar os casos.
a sociedade portuguesa na globalidade está longe de valorizar a criança e de se esforçar para que esta realidade mude.
Querida, este assunto das crianças é algo que me choca tanto e tanto é uma dor que sinto no meu peito cada vez que oiço falar sobre o problemas dos nossos meninos, pessoas que tratam os seus filhos como de principes se tratassem e praticam aberrações com os filhos dos outros caso (Carlos Cruz), doí ouvir dizer que bateram numa criança então quando dizem morreu de tanta pancada uma criança com dois anos, acredita uma angústia percorre e trespassa o meu coração eu fui criança e ainda lembro do medo que tinha, ai meu Deus infelizes que são os nossos meninos.Beijinhos querida
Esquecia de te dizer, que muitas vezes a sociedade cívil não faz nada quando vê uma mãe espancar o seu filho na rua, acha que n/ se deve meter dizem "ela lá sabe" que covardia, eu estou-me pouco preocupando para que a pessoa me distrate mas já tenho intervido algumas "bastantes" vezes perante uma situação dessas até ameaçado de chamar a polícia, e confesso nunca vi ninguém fazer o mesmo que eu faço, acho que as pessoas ainda acham que espancar é educar e depois essas mesmas pessoas fazem o seu lameto "falsas"na hora certa nada fazem depois de a criança estar morta ou desgraçada para que serve falar!!! a sociedade cívil é hipocrita.Desculpa amiga mas esse assunto das crianças magoa o meu coração