segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Escrito por Elise às 5:42 da tarde

8 Comments:

Vamos incendiar umas embaixadas?
;)
Blogger Sérgio Martins, at fevereiro 06, 2006 7:02 da tarde  
li agora que em teerão apedrejaram a embaixada austríaca. é europeu? 'bora lá a incendiar!

smartins, 'tava a pensar que podiamos usar cartazes com imagens do porquinho do ursinho puff . que dizes?

x)
Blogger Elise, at fevereiro 06, 2006 10:18 da tarde  
enfim. gente mais mesquinha e tendenciosa, e sem qualquer sentido de humor. enfim... vivam as diferenças
Blogger maresia_mar, at fevereiro 07, 2006 1:57 da tarde  
O que se esta a passar pelo mundo é mais grave que simples intolerância. Ser ou não a favor de caricaturas, é pouco importante. Importante foi a oportunidade de impor o ódio aos infiéis.

De rendição em rendição acabaremos por rezar 5 vezes ao dia. Talvez até não fosse mau para alguns, seria o fim da tolerância? zonas onde alguns se movem para imporem a condição deles em nome das minorias.

É o ódio!... Um ódio religioso e um ódio pelas democracias ocidentais. Não chega falar em americanização porque é global. Nem chega deixar em paz. É preciso combater os campos de sementeira onde proliferam os ódios e o fanatismo.

O movimento é crescente e tem terreno fértil para se expandir. As democracias ocidentais com os seus políticos, onde a corrupção e o desprezo pelas bases de sustentação impera. São uma porta escancarada a movimentos que elegeram como meta a atingir, o fim da civilização tal como a conhecemos. Eles os (muçulmanos) quando irão parar? Quando impuserem a sua forma de estar? E as nossas mulheres usarem o hijab ou uma burca?

Temos sobejamente situações em vários cantos do mundo que provam que tudo serve para aumentar o fogo do ódio. O caso palestiniano pode ser um ensinamento. Um Governo corrupto foi substituído e por quem?... Este é um exemplo, mas quantos exemplos estão a emergir, por esse mundo onde a religião é desculpa para assassinar.
Anonymous Anónimo, at fevereiro 07, 2006 2:02 da tarde  
Querida Elise,

Continuo a achar que existiu e existe pouco bem senso.

A liberdade de expressão como valor essencial da cultura ocidental não tem que ser esgrimido deste modo que sabemos, á partida, ser particularmente doloroso para terceiros - tenham estes razão ou não.

Todos nós temos amigos benfiquistas, sabemos que eles estão profundamente errados e que vão acabar mal, mas não andamos sempre a gritar-lhes SLB-merd..., quando estamos a conviver com eles. Temos liberdade de expressão, mas isso não significa que os andemos a molestar e a ofender. E vice-versa com qualquer outro clube, para que ninguém fique ofendido com o exemplo.

E os cartoons são dolorosos não só aos extremistas, mas à maioria dos muçulmanos.

A liberdade de expressão bem que poderia ter sido exemplificada com outras obras que não a porcaria dos cartoons em concreto.

A liberdade de expressão não é um valor tão absoluto que tenha que ser imposto a todo o custo. Os direitos incompatíveis entre si devem encaixar-se uns nos outros. Com inteligencia.

Não sou católico "extremista" mas também não gosto de cartoons sobre os dogmas da Igreja. Como não gostava que o General Lee - ou lá como se chamava o moçambicano - andasse por aí a chamar racista a um povo que lhe comprava os discos e fez dele uma efémera vedeta pop.

Por definição não gosto que digam mal do que é meu, tenham a liberdade de expressão que tenham.

Ademais, a minha cultura "ocidental" não é a mesma cultura "ocidental" dos dinamarqueses, noruegueses holandeses e quejandos.

Os países de tradição católica são muito diferentes dos países de tradição protestante. Para além da cor do cabelo - e das gajas louras que, lá, não são tão burras como as nossas -, não temos o mesmo entendimento sobre a religiosidade popular dominante, sobre o casamento de homossexuais, sobre traineiras transformadas em clínicas de aborto, etc.

Nos países de tradição protestante impera muito legalismo no sentido do que não é proibido, certamente que é autorizado. Cá por baixo, não é bem assim. Imperam regras de bom senso e deviam imperar regras de boa-educação. Eu não entro na casa de ninguém a chamar paneleiro ao dono da casa. Há limites sociais a respeitar que estão para lá da afirmação pura e simples do direito à liberdade de expressão.

Eu não aceito que artistas plásticos utilizem cadáveres humanos e de animais parcialmente esfolados como obras de arte para expor ao público. Está em causa a liberdade de expressão do artista, mas eu acho que deve haver limites, decencia, decoro, boa-educação e bom senso.

Se já se sabia que "as feras" iam ficar acicatadas, para quê a insistencia com as republicações dos cartoons ? Para o autor lograr uma notoriedade que de outro modo nunca alcançaria ?

E o que lucramos nós, portugueses, em nos associarmos aos nórdicos neste embróglio por eles causado ? Por acaso quando estava em causa Timor, eles nos apoiaram ? E em Timor estavam em causa a vida de centenas de milhar de pessoas, não o ego de um artistazeco que só logrou fama pela negativa.

Se nós tivermos juízo, o Algarve e o nosso turismo é que lucram. Se isto foi uma manobra das nossas "secretas" - até aquelas que são tão secretas que ninguem sabia que estavam em funcionamento - então parabéns ao Socrates.

Vai por mim, amiguinha, não é a esgrimir os cartoons que nós "convertemos" um único muçulmano aos valores superiores da liberdade de expressão...
Anonymous Anónimo, at fevereiro 07, 2006 2:30 da tarde  
caro joão, a luta contra o fascismo islâmico terá de ser também musculada. a europa começa a perceber com quem está a lidar. vamos ver como irá reagir nos próximos meses às pressões dos muçulmanos mais radicais. abraço

***

amigo carneiro, estamos em campos opostos. faço aqui uma mea culpa então. ri com a vida de brian, ri com os episódios do South Park com a personagem de Jesus... Julgo que os dogmas religiosos não devem ser obstáculo à liberdade de expressão, por muito que isso me doa. E se doer, posso manifestar-me de uma forma minimamente civilizada, que não inclui a ameaça de decapitações, de atentados, de holocaustos. mas cada um manifesta-se como sabe.

o português acaba por ter a mesma herança judaico-cristã que um nórdico, apesar de estes serem mais liberais.se calhar é por isso que até o le pen gosta do emigrante português. porque nos adaptamos, apesar de termos algumas comunidades fechadas.

há muito em jogo. e se a UE decide que deve haver uma auto censura nos media por causa das susceptibilidades? não consegues conceber que isso seja uma possível caixa de pandora?

é lógico que não será por causa de 12 cartoons que o mundo islâmico se tornará mais aberto ou democrático. mas esta situação apenas ajudou a confirmar que o fascismo islâmico é uma realidade e uma ameaça ao mundo ocidental. não somos perfeitos,mas em matéria de direitos e liberdades podemos dizer de forma arrogante que somos superiores e que eles, não têm o direito de nos dar lições de moral.

sobre os limites dos artistas plásticos, eu não aceito que eles usem dinheiro do Estado para as suas obras. de resto estou a borrifar-me para a arte deles.

beijos, querido amigo.
Blogger Elise, at fevereiro 07, 2006 5:14 da tarde  
Nós NÃO estamos em campos opostos. Nunca. Desacordo não é oposição.

Nos países nórdicos a liberdade de expressão religiosa é o cerne da respectiva civilização, pois foi nela que foi moldada a matriz social fundadora em oposição ao papado de Roma - este, sim, castrador da liberdade de expressão.

Nós, que historicamente não seguimos Calvino ou Lutero, nunca centrámos o essencial da nossa cultura na liberdade de expressão.

Por isso o conceito não é igual para todos os europeus. Apenas por razões históricas que penso sejam pacíficas na respectiva constatação.

E é tanto assim que o povo anónimo português está-se a borrifar para a afirmação da liberdade de expressão neste confronto "civilizacional". Só os intelectuais para quem a liberdade de expressão é o respectivo ganha pão é que, em Portugal, estão tão empolgados. E compreende-se.

Da mesma forma que não sou louro nem gosto de arenque fumado, entendo a questão em termos um pouco diferentes.

Insisto: a liberdade de expressão tem que ter limites. E os problemas não se resolvem como disse ontem MSTavares: a liberdade, com mau ou bom gosto, exerce-se e depois quem se acha ofendido vai a Tribunal. (Rica maneira de convívio social. Toma lá, emnbrulha e se não gostas vai-te queixar ao Juiz...)

Parece que todos temos o dever de exercermos os nossos direitos com prudencia, razoabilidade, bom senso e, se possível, bom gosto. Um direito nunca é um fim em si mesmo, é apenas um instrumento visando a felicidade e o conforto físico e mental das pessoas e das sociedades. Um direito é final, pois tem sempre uma finalidade boa. E o Tribunal serve apenas para
castigar a patologia do exercício dos direitos, não pode servir, nem serve, para determinar a configuração fisiológica do mesmo.

O conceito de um direito deve ser preenchido pela positiva, determinando-se os exactos termos da sua configuração, e não deve ser deixado para ser definido pela negativa, apenas pela exclusão de partes do que não é proibido. Isso, além do mais, é uma postura infantil de convivência social: " eu vou "carregando" até o outro se queixar. Enquanto não se queixa eu posso "carregar" à vontade.

Calma, eu tenho a obrigação de antes de "carregar" perceber se o devo ou não fazer. Obviamente que isto apela à responsabilidade que, como sabemos, é o conceito social mais dificil de concretizar.


Coisa diferente - e aqui tens plena razão quanto aos fascismos muçulmanos - é a orquestração nos países muçulmanos e a manipulação das respectivas populações.

Nem sei se a tese iraniana de tudo isto ser uma manobra sionista para virar cristãos contra muçulmanos não poderá ter algum cabimento.

Nestas questões convém perceber quem ganha com o assunto. E quem ganha com imediatismo são os extremistas muçulmanos e, por tabela, os extremistas israelitas que não querem abandonar os colonatos e para quem uma crise global destas serve em pleno. Quem não ganha definitivamente com isto tudo é a europa ocidental. Ainda menos Portugal se entrar na contenda pelo lado dinamarquês.

E, como em questões internacionais, o cinismo é a melhor arma para salvaguarda dos interesses nacionais, desta vez dou o meu apoio a Freitas do Amaral. Ele, como eu, está a pensar no Algarve cheio de nórdicos que terão medo de fazer férias no médio oriente e nos outros interesses portugueses no mundo árabe.

Não leves a mal que pela primeira vez não te dê plena razão.
Anonymous Anónimo, at fevereiro 08, 2006 10:52 da manhã  
sobre israel, as retiradas irão continuar unilateralmente (porque não querem negociar com o Hamas) apesar dos extremistas judeus. não deixa de ser surpreendente, como os judeus que nada tiveram a ver com esta polémica, acabam por ser a questão a fulcral. o irão "respondeu" aos cartoons dinamarqueses com um concurso de cartoons sobre o (não) Holocausto.

a quem serve? já tinha dito. a fascistas islâmicos e à extrema direita europeia.

a questão das sensibilidades é complexa. a provocação foi feita, a caixa de pandora aberta, o choque de civilizações aconteceu. e agora? censura sobre os temas que critiquem (mesmo sensatamente o islão)? vamos deixar de discutir o casamento homossexual porque fere a susceptibilidade dos muçulmanos? censura sobre as criticas a outras religiões? chefes de estado? líderes politicos?

não deixa de ser curioso que afinal não vai ser o Vaticano que vai extinguir um direito da civilização ocidental. e não vai ser o Vaticano que vai fazer a europa recuar séculos.

e não deixa de ser curioso que a esquerda caviar tenha berrado contra os cartoons. da próxima vez que um artista desenhar a virgem maria coberta com estrume já sei a quem me vou queixar.

podem achar que estou a ser dramática. mas os tempos que vêem não vão ser fáceis. nem para ocidentais, nem para muçulmanos.

***

amigo, se concordassemos em tudo, seria uma grande seca. :) abraço forte
Blogger Elise, at fevereiro 08, 2006 6:08 da tarde  

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