Enquanto via a reportagem da RTP, percebi que também precisamos de um Bill Cosby que enfrente o politicamente correcto e diga o que todos temos de ouvir (especialmente as minorias):
Sobre os jovens negros:
Deixem-me dizer uma coisa: saem da escola todos os dias às 14.30h, dizem asneiras e chamam-se de ni***s enquanto sobem ou descem as ruas. Pensam que são o máximo, não sabem ler, não sabem escrever. Riem-se mas não vão a lado nenhum.
Os jovens estão a abandonar as escolas mas conseguem memorizar letras de rap muito difíceis.
Os brancos não podem ser os culpados das taxas elevadas de gravidez na adolescência e de abandono escolar.
Toda a gente sabe que é preciso falar um inglês correcto, excepto estes tótós. Não podem ser médicos se das suas bocas só sair porcaria desse género.
Têm de parar de bater nas vossas mulheres porque não encontram emprego, porque não quiseram receber educação e porque agora recebem o ordenado mínimo. Deveriam ter pensado mais em vocês quando estavam no secundário e tiveram uma oportunidade de estudar.
(Depois de relembrar os que morreram durante o movimento dos direitos civis) Vocês estão a dizer-me que vão deixar a escola? Estão a dizer-me que vão assaltar uma loja?
Pessoas marcharam, levaram com pedras na cara para receber uma educação e agora estes tótós andam por aí... as pessoas de um nível sócio-económico mais baixo não estão a cumprir a sua parte do acordo. Estas pessoas não estão a educar os seus filhos. Se as vossas crianças nunca vos fizeram uma pergunta sobre o que estão a estudar, vocês não estão a protegê-las. Se não o fazem, deveriam ter vergonha. Quero que perguntem às crianças: "onde está o vosso trabalho de casa"?
Se ouviram um jovem dizer: "vou parar de fritar hamburguers e vou fazer dinheiro a vender drogas "; vocês pararam esse idiota e disseram: "tu não vais fritar hamburguers para o resto da tua vida, vais fazê-lo até poderes ser o gerente do restaurante"?
Quando é que os pais vão dizer aos filhos: "quero saber quem são os teus amigos".
Têm de saber que é altura de vocês (mulheres) tomarem o controlo. Não podem assumir a postura das mulheres que ficavam atrás dos homens, porque agora, a maioria destes estão presos.
Fossem jovens nazis, com t-shirts do Hitler a gritar Sieg Heil enquanto agrediam ou faltavam ao respeito à professora que pertencia a uma minoria, o carmo e a trindade teriam desabado. Mas não, muitos já começaram a desculpar, a usar o discurso do coitadinho e do racismo da reportagem da RTP.
A discussão tem de ser honesta e não se pode render aos tabus do politicamente correcto (também conheço muitas famílias caucasianas que poderiam perfeitamente enfiar a carapuça com aquilo que Bill Cosby afirma). Não podemos esconder os muitos problemas dos bairros sociais, dos ghettos, indefinidamente. Basta olhar para os subúrbios franceses.
O ensino público precisa de outra revolução. Uma que permita aos pais escolherem as escolas que melhor se adaptam (desde professores aos curriculos) às necessidades dos seus filhos. Repensar o ensino obrigatório. Repensar o laissez faire em relação aos bairros sociais, aos ghettos e aos jovens que neles habitam . Sem medo.
Escrito por Elise às 2:35 da tarde
7 Comments:
Querida amiga o meu aplauso em pé ao teu post!Beijos amiga
"Em Espanha, a propósito da alteração da Lei da Educação, os professores denunciaram os quatro mitos que consideram responsáveis pelo fracasso do sistema:
- O mito de aprender fazendo; o mito da igualdade; o mito do professor amigo; o mito da educação sem memória.
- Da falta de esforço; da falta de autoridade na aula; do excesso de especialização; da integração sem meios; da deterioração do ensino público."
E por cá? Vamos continuar presos a um modelo que só é "moderno e aplicável" na nossa imaginação?
O facto de não se puder utilizar a palavra "aprender" nas planificações já diz muito de como vai o nosso ensino. Casos como este dizem o resto... E isto vai piorar... Quero ver quem querer ser professor em certas escolas das cidades daqui a uns anos... E esta insegurança? Também não merecia uma greve?
Olá minha querida. nota máxima para este post.. as coisas vão de mal a pior, tanta coisa a repensar, tantas mentalidades a terem que levar uma volta de 180 graus. enfim... as coisas como estão, daqui a pouco não vão haver é professoras que o queiram ser!!! Qualquer coisa, e urgente, tem que ser feita. Bjhs
desculpe, mas não é a "Repensar o laissez faire em relação aos bairros sociais, aos ghettos e aos jovens que neles habitam . Sem medo." que se fará a revolução.
é a repensar os que não vivem lá.
é a repensar o que fazem esses.
é a repensar no que pensam esses.
porque os que moram em bairros sociais e ghettos, fazem-no porque os outros não "repensaram".
isso, sim, seria repensar uma revolução. isso seria repensar sem medo.