domingo, agosto 13, 2006

O Irão encantatório

Em 15 de Agosto de 2004, uma adolescente de 16 anos foi enforcada numa praça pública em Neka no Irão, uma pequena cidade industrial perto do mar Cáspio, por actos incompatíveis com a castidade. Chamava-se Atefah Sahaaleh. A única prova foi a sua confissão forçada.
Durante o julgamente, Atefah insurgiu-se contra a injustiça do tribunal. Afirmou que tinha sido violada e que não era ela que tinha de ser condenada, o que enfureceu o juíz Haji Rezai (que também era o mullah, o procurador e o líder da administração local). O juíz obteve uma permissão do Supremo Tribunal iraniano para pessoalmente colocar a corda à volta do pescoço de Atefah quando ela foi enforcada.
Usando câmaras escondidas, relatos de testemunhas oculares e reconstrução dramática , este documentário exibido pela BBC2 conta a história inesquecível da vida e da morte trágica de uma adolescente que viveu no Irão dos mullahs.



Recordo que em 19 de Julho de 2005, dois adolescentes foram enforcados por serem homossexuais e que no ano passado, o Irão executou pelo menos sete menores, apesar de ter assinado uma convenção de direitos civis e políticos que inclui uma promessa de não executar indivíduos com menos de 18 anos.
Activistas dos direitos humanos afirmam que a perseguição a dissidentes políticos aumentou desde que Mahmoud Ahmadinejad chegou ao poder e desde 2005, pelo menos 125 Baha'is foram presos arbitrariamente (a partir da revolução islâmica em 1979 a população das minorias religiosas tem vindo a diminuir).
Mas há quem branqueie a misogenia, há quem branqueie todas estas perseguições e disriminações. Há quem diga que não há país mais encantatório que o Irão.
Enfim...
Escrito por Elise às 10:01 da tarde

7 Comments:

É sempre óptimo saber que há por cá pessoas empenhadas em garantir a perpetuação dos regimes de terror. É sempre de louvar as iniciativas que promovem assassinos e canalhas no poder.
Estas iniciativas não desvalorizam só os políticos também os ideais. E confirma o pouco valor que têm certos tipos que javurdam na lama da cegueira idealista.
Anonymous Anónimo, at agosto 13, 2006 11:03 da tarde  
Parabéns!
Pela coragem de abordar um assunto tão delicado...
Pela coragem de trazer a público as injustiças de civilizações brutais...
Pela coragem de mostrar ao mundo que nem tudo está bem...
Fiquei profundamente comovido com esta história real e brutal!!!
Parabéns!
Blogger fotArte, at agosto 14, 2006 11:51 da manhã  
Noutros países, também encantatórios, só a extrema esquerda e os imbecis defendem e admiram estas incivilizações.
Depois de provocarem as hostilidades, fazem marchas pela paz e pelo fim da guerra no sentido de perpetuarem estes e outros atentados aos direitos do homem.
Anonymous Anónimo, at agosto 14, 2006 12:28 da tarde  
Querida Elise, é comovente e perturbante esta história verídica, e que nos transcende pela impotência de não pudermos impedir tais barbaridades e arbitrariedades dos cléricos muçulmanos, que querem impor a religião na forma mais radical, não só nos próprios países, mas tb no ocidente. E tu, com a tua coragem vais divulgando os horrores praticados... porém, o pior está para vir, pq já existem muitos recrutados pelos radicais islâmicos e infiltrados por todo o Ocidente, e aliás, até em Portugal se verifica isso perfeitamente, em certos blogs e nas caixa de comentários, o radicalismo cego de mtos, e nalguns casos até de ameaças e insultos!
Não sei onde vamos parar, mas não auguro nada de bom...:(((
Bkas
Anonymous Anónimo, at agosto 14, 2006 12:55 da tarde  
*queria dizer clérigos muçulmanos
Anonymous Anónimo, at agosto 14, 2006 2:08 da tarde  
Eu quero ir viver para o Irão :D
Blogger J. P., at agosto 14, 2006 3:51 da tarde  
A questão fundamental é que eles, os carrascos de Ahmadinejad, sabem o que estão a fazer.
Quando mataram a menina eles anunciaram a sua idade 22 anos.
Um absurdo, uma falta absoluta de humanismo
Anonymous Anónimo, at setembro 22, 2006 5:04 da tarde  

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