Sinto uma grande revolta ao constatar que o crime que horrorizou Portugal nos últimos dias está a ser usado numa agenda que apenas agrada a uma minoria dentro da minoria. Mais uma vez o essencial não é discutido: o estatuto de menor; a ineficácia das instituições; a negligência parental (ter filhos ao Deus dará) ; a forma como pais, professores, técnicos e também autoridades menosprezam os sinais de delinquência (roubos, agressões, tortura a animais); a insegurança e a violência sobre os sem-abrigo.
É importante realçar que todos podem ser vítimas de agressões com requintes de malvadez por parte de adolescentes inimputáveis. A delinquência juvenil atinge crianças e idosos, homens e mulheres, brancos e negros, heterossexuais e homossexuais.